O Ijexá é fonte de inspiração para o novo som do beatmaker F.Rose. A track, de mesmo nome, reconstrói a partir das experimentações digitais o ritmo de origem nigeriana cultuado nos terreiros de Candomblé e nos blocos de carnaval de Afoxé, presentes principalmente na Bahia e em Pernambuco.

O que é Ijexá?

O nome remonta a palavra “Ijèsá” que dá nome à subdivisão da etnia iorubá e à cidade em que habitam, na costa ocidental da Nigéria. A atual Ijexalândia compõe o estado de Osun. Milhares de iorubás foram escravizados durante os séculos XVII e XIX e levados para o Brasil, em sua maioria para a Bahia.

Foi neste estado que o Ijexá passou a ser tocado nos terreiros, modelando as danças dos orixás Logum Edé e Oxum, além de compor alguns toques para Exu, Osain, Ogum, Oyá, Obá, Oxalá e Orunmilá. Ele é executado através de três instrumentos base: o agbe (ou afoxé), os atabaques tocados com as mãos, dispensando aguidavis, e o agogô.

O ritmo ganhou popularidade em todo o Brasil através de diversos artistas da música popular brasileira, tais como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caimmy, Djavan e Clara Nunes. A música de Edil Pacheco, Ijexá, tornou-se um clássico na voz da cantora ao homenagear sua história e seus os afoxés.

Como é o Ijexá do Afoxé?

O toque do Ijexá tornou-se popular a partir dos blocos de carnaval de rua baianos. O primeiro deles foi o afoxé Embaixada da África, que nasceu no ano de 1885. Desde então, os grupos cresceram e se popularizaram, chegando à diversos outros estados, em especial Pernambuco, onde atualmente são 46 os blocos.

Na Bahia, o afoxé mais popular é o Filhos de Ghandy. Criado no ano de 1949, atualmente possui cerca de 10 mil integrantes, que saem todos os anos na folia baiana com vestes brancas, símbolo da mensagem de paz e não violência do líder político e espiritual indiano Mahatma Ghandi.

Apesar disso, o Afoxé não trata-se do carnaval, mas sim da cerimônia religiosa de culto aos orixás, em que o Ijexá é o ritmo que embala a festividade. Os grupos precisam de autorização dos orixás para levar a música sagrada para as ruas.

“A gente joga para saber o Odu (destino) de quem vai cuidar da entidade cultural e conhecer também o orixá patrono, ou seja, a divindade que irá apadrinhar o grupo. Após isso, são feitos os preceitos religiosos como reverenciar os eguns (antepassados), chamar o orixá em terra e fazer outros fundamentos. Até para conhecer o nome do afoxé é preciso consultar aos orixás”, conta para o Diário de Pernambuco o ex-sacerdote do Afoxé Omo Inã, Jefferson Nagô.

O Ijexá de F.Rose

Reinventando ritmos e resgatando a cultura afrobrasileira e latino americana, F.Rose propõe uma disruptura, revelando possibilidades e adicionando elementos digitais nos estilos musicais que traçam a verdadeira história brasileira. Ouça agora Ijexá!

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